
6 de janeiro de 2021
Em um movimento audacioso para proteger artistas e promover a transparência, a Deezer se tornou a primeira plataforma de streaming a implementar um sistema de identificação de músicas criadas por inteligência artificial (IA). A novidade, já em vigor, permite aos usuários identificar álbuns contendo faixas integralmente produzidas por IA, marcando um passo crucial na luta contra o uso fraudulento de tecnologias emergentes na música. A dimensão do problema é alarmante. Segundo a Deezer, cerca de 18% das músicas enviadas diariamente são geradas por IA, totalizando mais de 20 mil faixas. No entanto, a grande maioria dessas criações permanece inaudita, com dados internos revelando que até 70% das execuções são falsas, resultado de tentativas de inflar artificialmente os números de streaming.
O CEO da Deezer, Alexis Lanternier, enfatiza a importância da iniciativa para a confiança dos usuários e a proteção dos profissionais da música. A empresa não apenas excluiu faixas geradas por IA das recomendações e seleções editoriais, limitando seu alcance, mas também descartou streams fraudulentos dos cálculos de royalties, garantindo que artistas legítimos não sejam prejudicados por manipulações automatizadas. A tecnologia de detecção de IA da Deezer, objeto de duas patentes, é capaz de identificar faixas sintetizadas mesmo sem uma base de dados preexistente, representando um avanço significativo na segurança e detecção no mercado de streaming. Essa inovação surge em um momento crítico, com relatórios da CISAC e PMP Strategy indicando que até 25% da receita global dos criadores pode estar em risco até 2028 devido à IA, representando perdas de até €4 bilhões.
A Deezer, única plataforma a assinar a declaração global sobre uso de IA em treinamentos, demonstra um compromisso público com os direitos autorais. Ao enfrentar a diluição do catálogo musical e as tentativas de manipulação, a empresa francesa lança um precedente importante, pressionando o mercado a adotar medidas de controle, identificação e responsabilização em um cenário de crescente adoção de modelos generativos e ausência de normas claras. A iniciativa da Deezer pode ser o catalisador para uma nova era de transparência e justiça na indústria musical.
Me chamo Bruno, idealizador desse espaço, músico ativista da arte e da cultura, pesquisador e respansável por este espaço!
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eforçando seu compromisso com a transparência e combate à desinformação, o Google apresentou o SynthID Detector, um portal que identifica se um arquivo — seja imagem, vídeo, áudio ou texto — foi gerado por inteligência artificial. Esta nova ferramenta complementa o uso do SynthID, tecnologia de marca d’água invisível que já é integrada automaticamente aos modelos lançados, incluindo Veo 3, Imagen 4 e Lyria 2.