Período Romântico 1810(30) – 1910 Românticos à vieram desequilibrar a forma. Buscaram maior liberdade de forma e de concepção em sua música e a expressão mais intensa e vigorosa de sua emoção, freqüentemente revelando pensamentos e sentimentos mais profundos, inclusive suas dores. Palavra inicialmente utilizada para descrever o despontar das novas idéias que passaram a prevalecer na pintura e na literatura, no final do século XVIII. Mais tarde à termo adotado pelos músicos para descrever as mudanças no estilo musical ocorridas logo depois da virada do século. Palavra relacionada a romanesco, imaginoso, misterioso, fantasioso. Aplica-se a obras em que a imaginação e a fantasia são mais importantes que aspectos clássicos como equilíbrio, moderação e bom gosto (Grove) Datas importantes 1808 – Chegada da Corte Portuguesa ao Brasil 1808 – Beethoven: Sinfonias nº 5 e 6 1808 – Goethe: Faust 1810 – Abertura dos Portos Brasileiros às nações 1822 – Brasil Colônia à Brasil Império 1824 – Beethoven: Sinfonia nº 9 1824 – Entrada de imigrantes da Europa Central (até ~ a II Guerra Mundial) 1827 – Morte de Beethoven 1828 – Morte de Schubert 1829 – Reapresentação da Paixão Seg. São Mateus por Mendelssohn 1829 – Aperfeiçoamento da locomotiva a vapor 1839 – Sociedade Orquestral de Nova York 1848 – Revoluções na Europa (grande imigração para as Américas) 1848 – Manifesto Comunista por Marx e Engels 1856 – Morte de Schumann 1859 – Darwin publica “A origem das espécies” 1861-1865 – Guerra Civil Norte-Americana 1870-1871 – Guerra Franco-Prussiana 1870 – Carlos Gomes: O Guarani 1881 – Morte de Mussorgsky 1883 – Morte de Wagner 1886 – Morte de Lizt 1888 – Richard Strauss: Don Juan 1889 – Brasil Império à Brasil República 1897 – Morte de Brahms 1908 – Mahler: Das Lied von der Erde ( O Canto da Terra) 1911 – Morte de Mahler 1914-1918 – I Guerra Mundial Algumas características sócio-históricas Século XIX – público antes restrito às cortes e palácios cede terreno a outro público, numericamente mais importante e formado principalmente por burgueses Patronos e mecenas nobres à substituídos por empresários e por diversos grupos de músicos, profissionais e amadores, que organizam concertos públicos Desde o início do séc. teatros e casa de ópera (p. ex. Munique e Dresden) transformados em instituições públicas. Busca da identidade nacional, geralmente através de sua história e do repertório de música folclórica. Historiadores de música – trabalho de pesquisa para reconstituir a vida e obra de grandes compositores (Bach, Palestrina, Schütz). Mendelssohn, judeu convertido ao luteranismo, “resgata” a obra de Bach e reedita a Paixão seg. São Mateus. Culto do gênio. Exaltação do compositor e também do intérprete virtuose (Chopin, Lizt, Paganini) Democratização da vida musical à abertura de grandes salas de concerto e criação de grandes organizações especializadas na programação de concertos. Romantismo: individualismo (liberdade de expressão) Comum: composição romântica inspirada em um quadro, um poema ou um romance. Estilo romântico: imaginação, fantasia e espírito de aventura são ingredientes fundamentais Se no classicismo um tema é que amarrava a obra, aqui é mais um sentimento (psicológico) que se procura expressar na obra. Idéias que exerceram enorme fascínio sobre os compositores românticos: Terras exóticas e o passado distante Os sonhos A noite e o luar Os rios, lagos e florestas A natureza e as estações As alegrias e tristezas do amor As lendas e os contos de fadas O mistério, a magia e o sobrenatural (religiosidade mística, não litúrgica; temas fantásticos) Música Romântica Exploração dos contrastes Exploração da dramaticidade no uso dos instrumentos Linguagem instrumental (cada instrumento expressa uma linguagem) Exploração do virtuosismo Exploração de “lendas” sobre os intérpretes EXPRESSÃO acima da FORMA Grande possibilidade “plástica” O romântico cria visando sua imortalização. Na peça ele coloca todos os detalhes para que (no futuro) seja executada exatamente do modo que ele pensou. Metrônomo aparece nesta época Piano – é o instrumento do Romantismo (o instrumento já está bem desenvolvido, permitindo uma exploração “plástica“ bem grande, assim como a técnica pianística) Estudos – aparecem nesta época como expressão do individualismo, do virtuosismo. Escolas Nacionais– A música do final do século XIX, embora imbuída do individualismo, reflete as preocupações coletivas relacionadas aos movimentos de unificação que marcam a Europa no período. As composições unem o pensamento nacional às melodias populares.
Período Clássico
Período Clássico 1750-1830 Classicismo Palavra “clássico” deriva do latim classicus: cidadão (ou escritor) da mais alta classe. Está associada a algo de alta classe, de primeira ordem, de extremo valor.Significa um estilo que atribui suma importância à graça e à simplicidade, à beleza de linhas e formas, ao equilíbrio e à proporção, à ordem e ao controle. Termo usado para designar a música composta entre 1750 e 1830. Período dominado pela música feita na Áustria e na Alemanha (Manheim, berlim, Salzburgo, Viena). Datas importantes 1742 – C. P. E Bach: Sonatas Prussianas 1753-1762 – C. P. E. Bach: A verdadeira arte de tocar instrumentos de teclado 1770 – 1º Quarteto de cordas de Mozart 1770 – J. C. Bach: Concertos para piano 1775-1783 – Revolução Norte-Americana (1776 – Declaração da independência) 1776 – 1ª História Geral da Música – Charles Burney 1786 – Mozart: Figaro 1787 – Don Giovanni 1789-1794 – Revolução Francesa (1791 – Declaração dos direitos do homem) 1791 – Morte de Mozart 1796 – Beethoven: 1ª Sonata para piano 1798 – Haydn: A Criação 1804 – Napoleão é coroado imperador da França 1809 – Morte de Haydn 1827 – Morte de Beethoven Formação de um novo público Isto exigiu uma adaptação por parte dos músicos, que não mais recebiam ordens dos príncipes, mas tinham que “adivinhar” os desejos deste novo público. Classicismo – caracterizado por regras, normas Se chama assim porque é clássico, é o modelo em cima do qual se constrói coisas, é o DNA, é o ponto de perfeição ao qual se chega e se sai. O grande exemplo disso é o fato de usarmos esse grupo instrumental da razão ao nome, esse é um grupo clássico. Assim como existe um modelo de orquestração, encontraremos um modelo de estruturação de obras musicais também. Ex: Sinfonia 41 Mozart Compositor nos fornece um mapa, a todo momento ele esta dizendo o que correnponde na estrutura da música. Ai chegamos a cristalização da forma “sonata”. FORMA SONATA EXPOSIÇÃO: apresentação das (RT) regiões temáticas (Primeira RT começa militarismo ritmicamente ) em uma tonalidade e (Segunda RT contrasta com cromatismo e maneirismo ) outra tonalidade da mesma família (tons vizinhos). Aqui o compositor expõe ou anuncia a matéria musical, as principais ideias por isso chamamos de região temática. As regiões temáticas são contrastantes: A Primeira RT aparece na Tônica e é bem ritmada e vigorosa, em contrapartida a Segunda RT costuma ser mais melodiosa e menos incisiva do que o primeira em tonalidades novas mais correlatas ou seja da mesma família. DIGRESSÃO/ DESENVOLVIMENTO: o compositor submeti materiais a todo tipo de metamorfose, pode ser rítmica melódica, harmônicas, de orquestração mostrando que ele sabe se afastar do centro tonal. Fragmentos de diferentes ideias musicais podem ser combinados ou apresentados em oposição com forte sentimento de tensão, conflito dramático. REEXPOSIÇÃO: apresenta uma pequena diferença em ralação a exposição, consiste em uma transformação harmônica pequena para que a peça possa terminar. O compositor agora recapitula ou repete de forma ligeiramente modificada a exposição. A ponte é modificada para que possa terminar na Tônica. DESTRUIÇÃO DO BARROCO na base A textura do baixo continuo = cantar, sustentar preencher apenas indicada é a textura do período barroco e a textura contrapontista é remanescente da renascença. Nesse período os compositores começam a compor o preenchimento e sustentação.Desse modo ele passa a escrever todas as funções e essas texturas desaparecem. Essa será a época que o compositor terá o controle total sobre sua obra em termos de criação, não deixando nada para que o interprete deduza ou improvise. Em consequência o compositor estará cada vez mais afastado geograficamente dos músicos e terá que escrever o que os músicos devem fazer exatamente. Muitos autores citam que o baixo continuo passou por uma metamorfose dando passagem parra outra técnica o “Baixo de Albert” (1,5,3,5) uma textura quase que de melodia acompanhada, pois o Baixo de Albert é uma técnica de acompanhamento literalmente feita pelo compositor por meio de intervalos padronizados. A Orquestra surge nesse período e se torna fundamental, pois havia a necessidade de um grupo fixo de instrumentos e agora as cortes iriam querer ter suas orquestras como demonstração de poder político. Cortes possuem grupos semelhantes, isso faz com que Mozart seja universalmente aceito, pois as partituras começam as ser usadas em varias cortes. A maioria das peças estão escrita na forma sonata, porém existe uma forma que não esta citada ainda, a opera. A única que se iguala em importância é a opera pois o compositor quer mostrar que sabe sonata e que sabe escrever operas. A Orquestra Começou a ganhar forma no Barroco, agora está em pleno desenvolvimento. No início ainda conservava um cravo contínuo para amarrar a tessitura. Contínuo caiu em desuso e passam a ser usados instrumentos de sopro (trompas) para dar unidade à tessitura. Primeira parte do período àorquestras pequenas e variáveis: uma base de cordas + duas trompas + uma ou duas flautas ou dois oboés. Evolução: passam a usar conjuntamente flautas e oboés, além de incluírem um ou dois fagotes e, às vezes, dois trompetes e um par de tímpanos. No final do séc. XVIII as clarinetas têm seu lugar certo , quando as madeiras se tornam uma seção independente dentro da orquestra. Além do núcleo das cordas, é claro. Música para piano Pela primeira vez na história da música, as obras para instrumentos passam a ter mais importância que as composições para canto. Cravo: cordas tangidas Pianoforte: cordas percutidas por martelos (suave ou fortemente, dependendo da pressão exercida pelo executante sobre as teclas) Grande poder de expressão; novas possibilidades: O pianista pode dosar os contrastes entre forte e suave e também tem o controle do volume sonoro e das múltiplas nuanças que permeiam os sons. Os sons podem tornar-se gradualmente mais fortes ou mais suaves. Outras possibilidades de contrastes: legato (melódico e sustentado) e staccato (curto e destacado). O pianista pode desenvolver uma melodia expressiva em estilo cantabile com a mão direita, enquanto a esquerda desenvolve um acompanhamento suave. Final do séc. XVIII – cravo em desuso, substituído pelo piano. Baixo de Alberti: acordes quebrados
Período Barroco
Barroco XVII e XVIII Durante o século XVII o sistema de modos foi ruindo de vez e os compositores foram se acostumando a sustenizar e bemolizar as notas, o que acabou por enfraquecer os modos. Novas formas e configurações musicais foram inventadas e desenvolvidas, a opera, a oratória, a fuga, a suíte, a sonata e o concerto. A nova textura, o “baixo continuo”, vinha suprir a necessidade de individualização. O baixo continuo é uma textura, ou seja, o entrelaçamento de vozes, todas com sua função peculiar dentro do todo. Deve-se fazer as perguntas: Quantas coisas estão tocando, quais coisas? e por quanto tempo? E analisando a partitura veremos que 2 coisas são escritas porém 3 coisas soam. O baixo continuo terá um alcance global, pois será em grande parte do período barroco a textura mais influente e importante. Justamente por possuir 3 elementos com funções distintas o texto, o preenchimento, e a sustentação. Texto: é através do CANTO que o texto ilustra a historia que deverá ser contada com sinonímia. Sustentação: é feita pelo próprio baixo, chamado de continuo, carrega consigo muitas vezes cifras e indicações de como poderá ser o preenchimento. Preenchimento: muitas vezes é o elemento que não esta escrito sendo do caráter do instrumentista faze-lo através do arpejo das cifras do baixo. Íntima relação entre os elementos, o baixo continuo é uma textura global, servira a musica litúrgica, profana, musica teatral. Toda a musica desse período estará escrita nessa textura. Textura continua do inicio ao fim. Elementos decorativos ou ornamentos. A música cheia de contrastes melódicos e rítmicos. A música instrumental ganha muita importância, igualando-se à música vocal. Da mesma maneira, as técnicas de impressão de partituras fazem com que estas atinjam um público mais amplo. *música instrumental; *música vocal (profana ou religiosa) Datas importantes 1573-1590 – Camerata Fiorentina 1600 – Cavalieri: Rappresentatione di anima e di corpo 1600 – J. Peri e G. Caccini: Orfeo e Eurídice 1607 – Monteverdi:Orfeo 1618-1648 – Guerra dos Trinta Anos 1619 – Schütz: Salmos de Davi 1637 – Primeira casas de Ópera 1643 – Morte de Monteverdi 1672 – Primeiro concerto público com pagamento de ingresso 1672 – Morte de Schütz 1712 – Händel vai para Londres 1722 – J. S. Bach: O cravo bem temperado, Livro I 1726 – Vivaldi: As quatro estações 1729 – J. S. Bach: A paixão segundo São Mateus 1733 – Pergolesi: La Serra Padrona 1741 – Morte de Vivaldi 1741 – Händel: O Messias 1750 – Morte de Bach 1759 – Morte de Händel Segundo Johann David Heinichen (1683-1729), compositor alemão, em sua obra Der Generalbass in der Komposition (1728): Nenhum entendedor de música pode negar que o baixo contínuo é um dos mais fundamentais e importantes pontos do conhecimento musical, depois da composição. Aliás, o baixo contínuo muitas vezes mistura-se à composição musical. A execução do baixo contínuo não é nada mais do que uma composição de quatro vozes a partir de um baixo dado. Segundo Johann Sebastian Bach (1685-1750): O baixo contínuo é a estrutura fundamental da música e é executado com ambas as mãos, de modo que a mão esquerda toque as notas escritas e a mão direita toque notas consonantes ou dissonantes às outras. Isto deve formar uma harmonia agradável para a glória de Deus e o descanso do espírito. Cravo ou orgão: dobrava a linha do baixo e, baseado na “orientação harmônica”, fazia o preenchimento harmônico. O “Velho” e o “Novo” Estilo Primeira Pratica: (polifonia) dominação da musica sobre o texto, feita para um coletivo ( anterior até Josquin, Palestrina). Segunda Pratica: (texto exprime com afeto individual, em contraste com as missas) dominação do texto sobre a musica. A musica tem que fazer o que o texto diz, o texto expressa em termos de afeto e a expressividade individual. Dizer musicalmente a todo momento o que o texto esta dizendo. A expressividade do texto esta acima de tudo. O Novo Estilo Ornamentação – começou a aparecer por causa do desenvolvimento da ópera, onde era necessário o virtuosismo, a projeção da voz. Ária – acentua uma idéia central do texto; ressalta as partes de maior emoção (teoria dos afetos); virtuosismo. Recitativos – para apressar o relato da história: Abertura orquestral da ópera, chamada Sinfonia. Na Itália, Alessandro Scarlatti usou aberturas divididas em três partes: Rápida-Lenta-Rápida à Abertura italiana. !Esquema precursor da Sinfonia Clássica! Ária da capo (Scarlatti): ABA, mas a 3ª seção não era escrita, esperando-se que, na repetição, o(a) cantor(a) ornamentasse a primeira parte. Abertura francesa – início lento e majestoso, seção mais rápida, uma ou mais danças ou, ainda, a repetição da seção inicial. A ópera na Inglaterra Única ópera inglesa do Séc. XVII: Dido e Enéias, de H. Purcell. 1710 – Händel chega à Inglaterra, onde o público já conhece e aprecia a ópera italiana. Ele aproveita o fato e compõe cerca de 30 óperas à italiana. (por ex. Rinaldo, de 1711, rev. 1731 ou Xerxes, 1738) Música Barroca: principais características No início, a retomada de tessituras mais leves e homofônicas, com a melodia apoiada em acordes simples Baixo contínuo ou baixo cifrado – base de quase toda a música barroca Direcionamento que impulsiona do início ao fim toda a peça Família das violas é gradualmente substituída pela dos violinos. Seção de cordas à núcleo da orquestra barroca; conserva um teclado contínuo para preencher as harmonias sobre a linha do baixo cifrado e enriquecer as tessituras.